Ainda vais ao menino?

Ainda vais ao menino? - deve ser a pergunta que mais oiço. Ou até talvez a afirmação - ah! ainda vais ao menino! - que mais oiço, quando refiro que tenho duas filhas.
Quando engravidamos a primeira vez, toda a gente dita palpites sobre o sexo da criança. Mas a verdade é que é indiferente. Qualquer uma das opções é válida. Se é menino, é porque são muito apegados à mãe e vamos adorar! Se são meninas, não há melhor para fazer as delícias dos lacinhos cor-de-rosa e para dar azo às fantasias de criança.
Quando vem uma segunda gravidez o jogo muda! Aí a coisa torna-se mais interessante. Todos, sem excepção, com quem nos cruzamos, fazem questão de referir que "era tão bom um casalinho". A propósito disso já vi respostas bem interessantes e de fazer rir de barriga cheia qualquer pessoa!
Compreendo que não seja a incapacidade social das pessoas a ditar essas observações e que seja interessante passar pela experiência de educar dois seres fisicamente distintos, mas ainda assim, não vem mal algum ao mundo em ter dois meninos ou duas meninas.
No nosso caso, são duas meninas. Poupou-se em tudo! Tudo nos mesmos tons, tudo nas mesmas idades (tivemos relativa sorte nesse aspecto, distam de poucos meses entre aniversários).
E agora... Pois agora há um jogo a travar contra os desígnios divinos que me presentearam com duas mulheres nesta família. Há que manter o equílibrio. Há que contribuir para a natalidade. Tudo são bons motivos, aparentemente, para "irmos ao menino" ou "tentarmos mais uma vez".
Fico a pensar seriamente se tentei alguma coisa das outras vezes!!!
Não, não tentei! Oiçam-me bem! Não tentei ter um menino. Mesmo que pudesse ter pensado nessa hipótese na primeira gravidez, não tentei ir a nenhuma das hipóteses. Então, na segunda, estava já na plena consciência de que ter um filho vai muito além da loucura em torno de saber o sexo do bebé...
Portanto... Se algum dia tiver outro filho, garanto-vos, mais depressa será porque os desígnios divinos assim quiseram do que ir à procura do rapaz... É que se quiser encontrar um... Olhem, basta-me sair à rua que há muito homem por aí a passear!

AG (em profundo devaneio sobre o facto de toda a gente achar que tenho que ter um menino para ser uma mãe plena)