domingo, 29 de novembro de 2015

As dificuldades dos pais de hoje


Os tempos mudaram e, com esses ventos, mudou também o papel da mulher na sociedade. O equilíbrio periclitante das famílias obriga a que a mulher contribua de forma idêntica no aspecto financeiro. Ao homem é agora pedido que participe nas tarefas caseiras tal e qual como a mulher. Também para eles o vento passou a soprar de outra maneira.
Mas, e apesar de cada vez mais, homens e mulheres, assumirem posições igualitárias na esfera familiar, sem que haja uma determinação específica de quem faz o quê, o pensamento geral da sociedade ainda não está preparada para o vendaval que se faz sentir.
Nós, mulheres, não só temos tectos de vidro no que respeita à progressão laboral, bem como somos discriminadas por termos filhos. Já por diversas vezes ouvi insinuações inocentes de que ter filhos é um limite. Que agora não rendo tanto ou que é impossível conciliar as duas coisas.
E de facto é! Não podemos iludir-nos. A disponibilidade mental e física de quem tem filhos é menor, traduz-me em menos tempo de dedicação ao trabalho e também em mais dias de ausência. Mas isto não quer dizer que sejamos piores trabalhadoras ou que a nossa eficiência diminua, pelo contrário! Por vezes, as mulheres esforçam-se em dobro para alcançar os mesmos patamares em menores períodos de tempo, como forma de compensar o tempo que têm a menos.
Contudo e apesar de censuradas, a nós são-nos desculpadas as ausências, os atrasos e as saídas precipitadas porque alguma coisa aconteceu.
Os homens sofrem um tipo de discriminação diferente. As atitudes sexistas são mais negativas para eles, neste campo. Os empregadores não aceitam de bom grado as licenças partilhadas, a divisão dos dias em casa por doença ou o acompanhamento na escola. Rapidamente são chamados à atenção, são acusados por colegas de que se querem aproveitar da situação para poderem faltar e criticados por se deixarem conduzir pelas mulheres. A pressão para que se agarrem à noção pretérita do que é ser homem joga contra eles. A sociedade ainda não está preparada para o homem que também cede e chega a compromissos, por oposição ao que exige tudo.
Não há dia em que não pense...
Será que realmente nos é permitido ter tudo? Será que podemos ser bons profissionais e bons pais, simultaneamente? É uma questão que me coloco constantemente e que não encontro solução...

AG

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