O Gui sempre adorou animais. Passou a vida a desejar ter um
cão e eram imensas as vezes que falava no assunto. Faz festas a todos os cães e
gatos que vê na rua, em casas de amigos, dos avós (sim, nesta paixão pelos
animais partilha certamente os genes da avó, que deve ter tido todos os
possíveis animais de estimação em casa, incluindo um pato!).
Até que se aproximou a data do seu 8º aniversário e na
habitual pergunta “O que queres como prenda?” responde “Só há uma coisa que eu
queria mesmo ter… Não quero mais nada a não ser um cão. Mas um cão meu, para
ficar aqui em casa.”
Depois de muito ponderarmos sobre o assunto, em família lá
decidimos fazer-lhe a vontade. Sim, foi a melhor prenda de aniversário que
alguma vez lhe demos. Não tem descrição a cara de felicidade que fez na
primeira vez que o viu. Deu-lhe o nome de Xavier.
Claro que o Xavier é um cão à nossa medida, pequeno, porque
vivemos num apartamento e para mim era impensável ter um cão de porte médio/grande em casa.
Passados quase 6 meses de termos o Xavier, posso fazer o
apanhado das implicações desta decisão na nossa vida:
- Antes de optarmos por ter um cão, há que pensar muito e
muito bem se temos onde deixar o animal na hora das férias, de fins-de-semanas
fora, etc. Isto pode ser um problema, pois são poucas as situações em que
podemos levar o Xavier. Felizmente no nosso caso podemos contar com a avó!
- Reflectir bem acerca da nossa vontade em ter um cão em
casa. Ou seja, não pode ser apenas o desejar fazer a vontade aos nossos filhos.
Como é de esperar, somos nós pais que temos que cuidar do animal, dar-lhe
comida, banho, escová-lo, passear com ele, limpar os xixis e cocós, aspirar
mais vezes a casa… É que está mesmo a ver-se para quem sobra, certo?
- Ter noção que ter um cão é ter mais uma despesa acrescida.
Vacinas, ração, loção anti pulgas, desparasitante, consultas no veterinário,
coleira, cama, shampoo, comedouros e podia continuar.
- Um cão não é um brinquedo, é um animal. Esta é a frase que
tenho que passar a vida a repetir, pois há a tendência para as crianças não
respeitarem sempre esse lema, principalmente na hora de quererem brincar com o
Xavier. Há que educar os miúdos por forma a respeitarem a vontade do bichinho,
o que por vezes não é fácil…
Mas tudo isto compensa… Ter um animal de estimação é de
facto extraordinário e ver que cá em casa o Xavier já é um membro da nossa família,
faz-nos sorrir.
GC
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