segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Como um pesadelo...


10 da noite. O meu pequenino finalmente adormeceu. Está com febre desde ontem e chora mais do que o costume quando a febre sobe. Desde as 6 que a febre está mais alta e mais difícil de baixar. Agora baixou, mamou, e dorme tranquilo. Fomos ao hospital durante a tarde porque com 4 meses feitos hoje fico muito preocupada com a febre. Foi muito bem observado estava muito bem disposto, parecia ser uma infecção virica. O irmão esteve doente três dias antes, tinha começado o colégio na semana anterior. Às 11 acordou outra vez a chorar e outra vez com febre, 39.5. Janelas do quarto abertas e panos de água na testa, sentia-me tão inquieta...  algo me dizia que não estava bem, nem sei o quê, e peguei nas chaves do carro para irmos à urgência outra vez. O pai ficou com o mano em casa e eu disse-lhe "devem fazer análises por isso só devemos voltar lá para as 3h ", não podia estar mais enganada. 

Observação pelas pediatras que estavam sempre a palpar a fontanela, "meningite? - pensava eu -Não! Ele está tão bem..." A fontanela estava mais saliente, e eu senti um murro no estômago ao notá-lo, ainda durante a tarde estava normal. Queria acreditar que era só da febre e do choro. Análises, punção lombar... A angústia incomensurável de teres de passar por isso, mas não ia ser nada. Mas era, era mesmo uma meningite, e provavelmente bacteriana. Senti-me num pesadelo, só queria acordar e que estivéssemos abraçados na  cama a dormir, mas estava mesmo a acontecer. Antibióticos em doses meníngeas, subir para internamento, isolamento. Tudo o que conheço tão bem e subitamente me parecia tão irreal. Não conseguia falar, chorava compulsivamente, sempre contigo ao colo. A febre não cedia... Segundo antibiotico. Muito medo, não me deixava sequer pensar no que podia acontecer porque me sentia cair num poço sem fundo. Finalmente às 48h a febre desapareceu, sorriste e palraste muito, e começámos, aos poucos, a juntar os pedaços em que estávamos feitos. 
Quinze noites no hospital, onde as palavras de apoio eram uma constante e os sorrisos nos davam uma injeção de força. Sair para estar com o Pequenino mais velho dava-nos a energia necessária (obrigada mãe!).
À medida que as semanas passam os sentimentos negativos começam a distanciar-se e a ficar no passado. Não esquecerei o quão importante foi cada abraço, cada ombro amigo e cada olhar de força e esperança. Como uma amiga me disse, são experiências que nos transformam, nunca mais seremos os mesmos.
Cada sorriso dos nossos filhos é agora ainda mais precioso.
(Obrigada aos Drs palhaços da operação nariz vermelho que nos arrancaram sorrisos mesmo nas horas mais difíceis!)

AMR 

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