10 da noite. O meu pequenino finalmente adormeceu. Está com febre desde ontem e chora mais do que o costume quando a febre sobe. Desde as 6 que a febre está mais alta e mais difícil de baixar. Agora baixou, mamou, e dorme tranquilo. Fomos ao hospital durante a tarde porque com 4 meses feitos hoje fico muito preocupada com a febre. Foi muito bem observado estava muito bem disposto, parecia ser uma infecção virica. O irmão esteve doente três dias antes, tinha começado o colégio na semana anterior. Às 11 acordou outra vez a chorar e outra vez com febre, 39.5. Janelas do quarto abertas e panos de água na testa, sentia-me tão inquieta... algo me dizia que não estava bem, nem sei o quê, e peguei nas chaves do carro para irmos à urgência outra vez. O pai ficou com o mano em casa e eu disse-lhe "devem fazer análises por isso só devemos voltar lá para as 3h ", não podia estar mais enganada.
Observação pelas pediatras que estavam sempre a palpar a fontanela, "meningite? - pensava eu -Não! Ele está tão bem..." A fontanela estava mais saliente, e eu senti um murro no estômago ao notá-lo, ainda durante a tarde estava normal. Queria acreditar que era só da febre e do choro. Análises, punção lombar... A angústia incomensurável de teres de passar por isso, mas não ia ser nada. Mas era, era mesmo uma meningite, e provavelmente bacteriana. Senti-me num pesadelo, só queria acordar e que estivéssemos abraçados na cama a dormir, mas estava mesmo a acontecer. Antibióticos em doses meníngeas, subir para internamento, isolamento. Tudo o que conheço tão bem e subitamente me parecia tão irreal. Não conseguia falar, chorava compulsivamente, sempre contigo ao colo. A febre não cedia... Segundo antibiotico. Muito medo, não me deixava sequer pensar no que podia acontecer porque me sentia cair num poço sem fundo. Finalmente às 48h a febre desapareceu, sorriste e palraste muito, e começámos, aos poucos, a juntar os pedaços em que estávamos feitos.
Quinze noites no hospital, onde as palavras de apoio eram uma constante e os sorrisos nos davam uma injeção de força. Sair para estar com o Pequenino mais velho dava-nos a energia necessária (obrigada mãe!).
À medida que as semanas passam os sentimentos negativos começam a distanciar-se e a ficar no passado. Não esquecerei o quão importante foi cada abraço, cada ombro amigo e cada olhar de força e esperança. Como uma amiga me disse, são experiências que nos transformam, nunca mais seremos os mesmos.
(Obrigada aos Drs palhaços da operação nariz vermelho que nos arrancaram sorrisos mesmo nas horas mais difíceis!)


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