terça-feira, 3 de novembro de 2015

O sentido de crescer

Acabei de sair do banho e, enquanto o meu smartphone debita a batida de uma das músicas mais badaladas do momento, dou por mim a dançar como se tivesse 15 anos.
Sou imediatamente atingida pela ideia de que os 15 já foram há mais de 15 anos, pelo menos. Sinto como se tivesse acabado de lesar um direito dos adultos “não dançar no quarto como se não houvesse amanhã” porque isso não é de alguém que ostenta esse rótulo.
Dei por mim a pensar como eu via as pessoas com a minha idade, quando eu tinha 15 anos. Eram velhos! Não velhos, no sentido de idosos. Mas eram velhos, aborrecidos, monótonos, preocupados, cinzentos. Não sou assim. À minha volta não há monotonia. Ou melhor, há, mas eu continuo a apreciar (e precisar) de toda e qualquer vez em que posso transgredir essa monotonia. À minha volta há cor. Há alegria. Há risos despropositados, confidências longas em mesas de café, conversas parvas que animam os dias…
Olho para parte dos meus amigos que continuam a fazer vida “não-adulta”. Não têm casa própria, não se preocupam com o futuro (não no sentido de irresponsabilidade, mas é menos premente), alguns ainda nem casaram ou tiveram filhos, apesar de terem uma vida estável. Talvez por falta de oportunidade, dirão. Mas também por opção própria!
Pergunto-me então, se nos é permitido sermos jovens até mais tarde… Mais do que antes! Se efectivamente, há mais de 15 anos, os meus análogos eram menos jovens do que nós! Se o peso da vida era maior para eles do que para nós...

Seremos uma geração de juventude eterna?


Na verdade não sei. Mas que ainda me sinto jovem por oposição a adulta, certamente. E espero sê-lo por mais alguns anos!

AG

2 comentários:

  1. Eu tive 15 anos há praticamente 15 anos :P e acho que cada vez em geral se sente menos o peso da idade, mas que isso depende muito da pessoa. Hoje há quem tenha 30 anos e seja bem mais velho que outros que tinham 30 anos, há 15 anos atrás.

    De qualquer das formas é sempre bom continuarmos a ser jovens, a divertir, a rir e a cantar :) faz bem à alma.

    Sónia
    www.tantolixotantoluxo.blogspot.com

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